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“O Brasil é um mercado maduro para o champanhe”

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Juliana Bianchi

Presidente da Veuve Clicquot vem pela primeira vez ao País ver de perto o que faz deste um dos oito maiores consumidores mundiais da bebida

Há pouco mais de um ano no cargo, o novo presidente mundial da Veuve Clicquot, Jean-Marc Lacave, esteve no Brasil na semana passada. Veio tentar descobrir de perto o que levou o País a subir duas posições no ranking dos maiores consumidores de champanhe, nos últimos dois anos. Figurando agora entre os oito principais mercados para a marca, ao lado dos Estados Unidos, Austrália e Rússia. “Se nos próximos anos mantivermos o mesmo bom desempenho dos últimos, já estaremos muito felizes”, afirmou Sergio Degrese, diretor geral da marca para o Brasil. A expectativa é obeter crescimento na ordem dos dois dígitos nos próximos cinco anos.

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Entre elogios à perfeita harmonização da Veuve Clicquot Rosé aos pratos apresentados pelo chef Tsuyoshi Murakami, do restaurante Kinoshita (SP) – a saber: sushi de ostra, camarões empanados e morcillas com missô, gengibre e pimenta –, ele falou rapidamente com o iG:

iG: Depois de uma leve queda em 2009, em virtude da crise econômica, o consumo de champanhe voltou a crescer nos últimos anos, desafiando a produção limitada da região francesa. O que a Veuve Clicquot está fazendo para garantir o fornecimento de matéria-prima para suprir essa demanda?
Jean-Marc Lacave: Isso não é problema para nós. Temos nossas próprias parcelas de terra plantadas e assinamos parcerias de fornecimento de uva com os melhores produtores da região. São contratos de longo prazo, que vão de cinco a 20 anos, e que nos garantem matéria-prima da melhor qualidade para produzirmos um champanhe excepcional. Todos se beneficiam com esse sistema. Os produtores, que sabem que terão para quem vender suas safras, e nós, que assim conseguimos ter uva suficiente para manter nossas caves sempre cheias.

iG: E se a demanda ultrapassar a capacidade de produção da região de Champanhe? Existe a possibilidade de a casa abrir novas frentes e lançar espumantes com uvas produzidas em outras partes do mundo?
Lacave: Champanhe é só o que sai da região de Champanhe, e não existe a possibilidade de fazer algo além de champanhe para a Veuve Clicquot.

iG: Após longo período de restauração, o Hotel du Marc, palacete datado de 1840 pertencente à madame Barbe Nicole Clicquot Ponsardin em Reims, foi reinaugurado em 2011. De lá para cá, apenas pequenos grupos especiais se hospedaram lá. Há a intenção de abrir a casa para o público em geral?
Lacave: Uma das belezas do Hotel du Marc é ser uma experiência que o dinheiro não pode pagar. É preciso ser convidado para desfrutá-lo. Por enquanto, apenas jornalistas, parceiros e clientes especiais, personalidades e membros da realeza tem essa possibilidade.

iG: Há planos para criar outras formas de envolver o público no estilo de vida proposto pela marca?
Lacave: Nosso negócio é exatamente este, mas não faz sentido criarmos um restaurante Veuve Clicquot, por exemplo, quando temos tantos parceiros nessa área que fazem isso de forma excelente para nós. Mas queremos proporcionar diferentes experiências para os clientes, mas ainda é muito cedo para sairmos do “core business” da marca. E esse é um mercado que muda muito lentamente. Nosso principal foco é sustentar a qualidade do produto nos próximos anos.

iG: Quais suas primeiras impressões em relação ao consumo de champanhe no Brasil?
Lacave: Mesmo com o pouco tempo que tive para analisar, notei que há um bom entendimento de vinho entre as pessoas. Pareceu-me que este é um mercado mais maduro para o consumo do champanhe do que outros países em desenvolvimento. Acredito que o brasileiro realmente aprecie o estilo de vida proposto pela marca e queira ser envolvido por ela, não apenas para se mostrar.

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