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Conheça Hideko Honma, a ceramista que conquistou os grandes chefs

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Juliana Bianchi

Eleita para assinar a louça de restaurantes premiados, Hideko Honma faz poesia em forma de de cerâmica

Na cartilha de excelência de Hideko Honma cinco anos é o tempo mínimo para que um aprendiz consiga fazer um simples prato de cerâmica com perfeição. E, só três anos depois disso, talvez ela o libere para voos mais ousados, como dar vida a um copo ou um bule a partir de um bloco amorfo de barro cravado no torno. “É preciso maturidade e treino para se sentir seguro”, diz a ceramista, cujas louças estão presentes em restaurantes (Clos de Tapas, Kosushi, Momotaro) e hotéis badalados (Botanique, Ponta dos Ganchos, Grand Hyatt SP). Helena Rizzo, Erick Jacquin e Alex Atala também estão entre seus clientes.

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A artesã Hideko Honma em ação: peças de cerâmica feitas uma a uma

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Foto: Araquém Alcântara

Xícaras de café alongadas e com esmalte vidrado de tom intenso: uma das marcas de seu trabalho

Xícaras de café alongadas e com esmalte vidrado de tom intenso: uma das marcas de seu trabalho

Foto: Divulgação

Feitos a partir da cinza de folhas e madeira, os esmaltes orgânicos são um dos diferenciais da ceramista

Feitos a partir da cinza de folhas e madeira, os esmaltes orgânicos são um dos diferenciais da ceramista

Foto: Divulgação

Cada combinação de cinzas e temperatura resulta em uma coloração diferente

Cada combinação de cinzas e temperatura resulta em uma coloração diferente

Foto: Divulgação

Após o trabalho no torno, as peças vão para as queimas, onde podem chegar a 1.300 graus Célcius

Após o trabalho no torno, as peças vão para as queimas, onde podem chegar a 1.300 graus Célcius

Foto: Araquém Alcântara

No ateliê projetado pelo filho, em Moema, uma cascata amparada por cerâmica azul dá o clima de encantamento

No ateliê projetado pelo filho, em Moema, uma cascata amparada por cerâmica azul dá o clima de encantamento

Foto: Divulgação

Peça criada pela ceramista Hideko Honma

Peça criada pela ceramista Hideko Honma

Foto: Divulgação

Peça criada pela ceramista Hideko Honma

Peça criada pela ceramista Hideko Honma

Foto: Divulgação

Peça criada pela ceramista Hideko Honma

Peça criada pela ceramista Hideko Honma

Foto: Divulgação

Série de peças criadas por Hideko Honma com esmalte feito com podas de café e expostas em Tóquio

Série de peças criadas por Hideko Honma com esmalte feito com podas de café e expostas em Tóquio

Foto: Divulgação

Série de peças criadas por Hideko Honma com esmalte feito com podas de café e expostas em Tóquio

Série de peças criadas por Hideko Honma com esmalte feito com podas de café e expostas em Tóquio

Foto: Divulgação

Peças criadas pela ceramista Hideko Honma

Peças criadas pela ceramista Hideko Honma

Foto: Divulgação

Peça criada pela ceramista Hideko Honma

Peça criada pela ceramista Hideko Honma

Foto: Divulgação

Peça criada pela ceramista Hideko Honma

Peça criada pela ceramista Hideko Honma

Foto: Divulgação

Peça criada pela ceramista Hideko Honma

Peça criada pela ceramista Hideko Honma

Foto: Divulgação

“As peças dela são como molduras para as minhas criações gastronômicas”, derrete-se o chef Carlos Ribeiro, do restaurante Na Cozinha, que há 10 anos usa louças da artesã. "Ela consegue traduzir em uma louça exclusiva exatamente o que preciso para criar a atmosfera do restaurante", afirma o restaurater Marcelo Fernandes, dono do Clos de Tapas. "Ela sabe valorizar as criações", acrescenta o banqueteiro Viko Tangoda, para quem ela já criou um prato expecífico para o serviço de bolinhos de carne, com lugar para acomodar molho e palitos.

Com 15 anos de prática, ela mesma ainda não se considera uma artista. “Sou uma artesã. Ainda estou focada na utilização do objeto, em sua função à mesa, sua praticidade na hora de guardar, servir e lavar, na não toxidade do esmalte. Isso não me deixa voar muito”, afirma. Formada em História da Arte, a ceramista nascida em Lins, no interior paulista, descobriu sua vocação ao assessorar artistas japoneses que estavam em São Paulo e decidiram fazer a cerâmica que seria exposta no Brasil. “O ceramista precisa trabalhar com que o local em que está oferece. Precisa saber fazer dos tijolos de seu forno ao verniz”, acredita.

E foi em busca desse conhecimento que, pouco antes da virada do século, ela começou a passar temporadas na cidade histórica de Arita – onde até hoje é produzida a louça utilizada pela Família Imperial do Japão – para estudar a técnica da cerâmica torneada e dos acabamentos vidrados, obtidos a partir de cinzas vegetais. “A natureza te dá infinitas possibilidades”, garante Hideko, que descobriu na pasta feita com as cinzas da folha de bananeira ou do jatobá os diferentes tons de azul que encantam em suas peças.

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Os tons de verde saem da queima do bambu. O caramelo, que se tornou sua assinatura, pode vir das palhas de arroz ou milho. Já o avermelhado, geralmente surge da mistura feita com a terra vinda de seu sítio, em Jarinu, onde se concentra a produção artesanal. Até mesmo ramos de café foram usados para criar um trabalho único, exposto na embaixada do Brasil em Tóquio. “Sempre fui mal de química, mas acabei trabalhando com alquimia.”

E a sensibilidade de Hideko para combinar elementos não se resume aos esmaltes orgânicos. Está presente na escolha do barro, no tempo e temperatura da queima, nos quais as cores desabrocham e se transformam, na densidade do esmalte, no desenho das peças, nas texturas e na dança de brilho e opacidade que aparecem em seu trabalho. “Fico de cabelo em pé com as criações dela. Ela realiza meus desejos”, desfia o chef Ribeiro, que produziu as fotos do livro “Culinária Japonesa para Brasileiros”, com louças da ceramista.

No ateliê paulistano, projetado pelo filho Douglas em uma tranquila rua de Moema, é impossível não se apaixonar de vez por seu trabalho. Peças de diferentes tamanhos, formas e cores piscam para os visitantes em busca de um presente especial: seja um conjunto de xícaras de café (R$ 30), um bowl (R$ 25) ou um vaso grande (de R$ 300 a R$ 3 mil). No mezanino, as aprendizes treinam intensivamente o delicado controle do barro sobre o torno. Quem sabe em 15 anos possa surgir alguém à sua altura.

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