Juliana Bianchi
Fretamento do transporte para lazer cresce até 50% no verão e carnaval. Hora do serviço sai a partir de R$ 600 por pessoaPassar o fim de semana na praia sem se incomodar com o trânsito, os pedágios ou mesmo com os constantes atrasos da ponte-aérea é sonho que tem se tornado realidade para cada vez mais pessoas, principalmente em São Paulo e Rio de Janeiro. De acordo com executivos das principais empresas de táxi aéreo do Brasil, o número de fretamentos de helicópteros para lazer cresceu de 20% a 50% no último ano. Sendo Ilhabela, Angra dos Reis, Guarujá, Búzios, Guarujá e Florianópolis os destinos mais solicitados.
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“Não existem mais congestionamento apenas em vésperas de feriados, as estradas estão paradas direto. E no verão e carnaval pioram, fazendo com que muita gente perca paciência e tempo. Por isso, muitos optam pelo helicóptero, que, ao contrário do que se imagina, se tornou um meio de transporte acessível”, afirma Jorge Bitar Neto, diretor da Associação Brasileira de Táxis Aéreos (ABTAer) e proprietário da Helimarte.
Nela, por exemplo, a hora de voo sai a partir de R$ 1.800, se utilizada uma aeronave Robinson 44, que acomoda até três pessoas. O que daria R$ 600 por pessoa para fazer o trajeto São Paulo - Guarujá. Mas o valor pode variar bastante dependendo do modelo e da empresa escolhida. Na Global Aviation, que trabalha apenas com helicópteros Agusta e Esquilo, com capacidade para de quatro a seis passageiros, a hora do fretamento sai de R$ 3.500 a R$ 8 mil; enquanto na Líder Aviação, o serviço pode chegar a R$ 12.500 por hora voada.
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Os valores podem ser altos, mas, para quem pode pagar, parecem compensar frente à facilidade que trazem. Tanto que as reservas para o carnaval já estão aquecidas. Na Global, o número de voos confirmados para o período já chega a trinta, enquanto na Helimarte, as reservas para o Momo representam 15% do total de voos de uma semana regular. "Mas a grande demanda acontece mesmo na semana que antecede a festa", lembra Rafael Dilys, gerente comercial da empresa, que tem visto o volume de pousos e decolagens nos fins de semana chegar a quase 30% do realizado de segunda a sexta-feira.
O forte movimento fez até mesmo a frota da Líder dobrar no último ano, passando de três para seis unidades, duas baseadas no Rio de Janeiro e quatro em São Paulo.
O principal público dos traslados aéreos é formado por executivos já cadastrados, que utilizam o serviço para deslocamentos de negócios durante a semana e buscam mais comodidade nas horas de lazer com a família. Mas a demanda vinda de grupos de amigos, que se unem para dividir o transporte, também tem crescido nos últimos tempos. “As pessoas começam a descer na quinta-feira e só voltam no domingo à noite ou na segunda-feira de manhã”, diz Marcio Pacheco, diretor geral da Global.
Entre os pontos de saída habituais os hangares das empresas nos aeroportos de Congonhas e Campo de Marte estão no topo, mas há quem prefira ganhar ainda mais tempo e deixar a cidade direto do escritório. “Neste caso, também cobramos o período de deslocamento da aeronave até o heliponto do prédio”, explica Pacheco, que só comercializa horas cheias, ainda que um voo até o Guarujá possa ser feito em trinta ou quarenta minutos. “Sempre tem atraso.”
De acordo com a Anac, só o litoral paulista conta com 26 helipontos privados, sendo 18 entre o litoral Norte e o Guarujá. Destes, nove foram registrados em 2013, o que reforça a tendência de crescimento do uso do transporte.
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