Quando Rachel Lambert Mellon, matriarca de uma dinastia americana cuja fortuna e coleção de arte rivalizavam com as dos Carnegies e Morgans, morreu em março, aos 103 anos, ninguém sabia o que havia deixado para trás. Mas descobriu-se que em sua casa em Upperville, Virgína (EUA), Rachel vivia entre milhares de objetos – pinturas, desenhos, joias, bolsas e objetos de arte – que podem totalizar mais de US$ 100 milhões no leilão que a Sotheby's planeja para novembro.
Será uma maratona de nove dias, começando em 10 de novembro, que irá tomar as galerias de todos os 10 andares da sede da empresa em Nova Iorque para exibir o que estava nas paredes e nos armários das cinco casas de Rachel, mais conhecida como Bunny. Especialistas da Sotheby's em áreas como mobiliário inglês, porcelanas, pinturas americanas e arte contemporânea vasculharam as propriedades e documentaram cada um dos 4.000 objetos, etiquetando cada xícara de chá e cada garfo.
"Sentimos-nos como intrusos andando por um mundo notoriamente privado e protegido", disse Elaine Whitmire, vice-presidente da Sotheby's. Havia um Pissarro sem moldura acima da lareira na sala de estar, uma natureza morta de van Gogh pendurada acima da banheira, uma aquarela de Magritte num quarto raramente usado e porcelanas antigas por todos os cantos.