Juliana Bianchi
Saborear uma carne nobre pode sair mais caro do que um prato gastronômico assinado por um dos melhores chefs do mundoEles não estão na lista dos melhores restaurantes do mundo, não contam com chefs premiados ou preparos ultraelaborados no menu. Ainda assim, cinco dos dez restaurantes com os pratos mais caros de São Paulo podem se gabar de ter algo fundamental em comum com as demais casas do ranking, a altíssima qualidade dos ingredientes. Só mesmo isso para justificar, por exemplo, a cobrança de R$ 278 por um baby beef vindo da Austrália, como acontece no restaurante A Figueira Rubaiyat.
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Baby beef australiano do restaurante Figueira Rubaiyat, o prato mais caro da cidade: R$ 278
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Seguindo pelo kobe beef super premium do restaurante Varanda Grill, de R$ 267
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E pelo Tropical kobe beef do Rubaiyat, cuja porção sai R$ 229
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A clássica lagosta ao thermidor, do restaurante A Bela Sintra, sai por R$ 202
Foto: Mauro Hollanda
O spaghettini ao creme de limão siciliano com flor de caviar Petrossian do Fasano sai por R$ 195 e fica com a quinta posição
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O sexto lugar no ranking vai para o bife de Wagyu Striploin, carne nobre por ter a gordura entremeada, do restaurante Pobre Juan: R$ 154,90
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O haddock poché ao molho de limão e purê de batatas do restaurante Parigi está entre os 10 pratos mais caros da cidade, sendo vendido por R$ 134
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O caixote marinho, um dos pratos mais pedidos na Figueira Rubaiyat, custa R$ 134
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No Loi Ristorantino, do chef Salvatore Loi, o camarão rosa com tomate fresco e nhoque de batata custa R$ 125. Nono lugar no ranking
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No restaurante Dalva e Dito, o bobó de camarão e moranga com arroz branco custa R$ 110
Foto: Sergio Coimbra/ Divulgação
Açorda de bacalhau é o prato mais barato do menu do A Bela Sintra e custa R$ 90
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No Emiliano, o camarão rosa com abobrinha, tomate cereja confit e purê de mandioquinha sai por R$ 85. Prato mais caro
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No Clos de Tapas, o prato mais caro também é um camarão rosa, com vieira, lula e robalo, com cuscuz marroquino e especiarias, R$ 79
Foto: Tuca Reines/ Divulgação
O atum com quinua, chutney de amoras, espuma de gengibre e shissô, prato mais caro do Maní, custa R$ 79
Foto: Juliana Bianchi
No Attimo, o prato mais caro é a bisteca alla fiorentina: R$ 79
Foto: Mauro Hollanda
No Epice, o prato mais caro é o pescoço de cordeiro com cebola derretida (R$ 83), menos de dez reais mais caro que o prato mais em conta
Foto: Rafael Facundo e Pedro Santos
No Kinoshita, o prato à la carte mais caro é a costelinha de cordeiro grelhada com molho teriyaki: R$ 68
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O galeto desossado e grelhado na brasa (R$ 57,40) é o prato de carne mais em conta no Pobre Juan
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O prato, que acompanha batata suflê e farofa, lidera a pesquisa de preços na cidade seguido pelo kobe beef super premium do restaurante Varanda Grill, de R$ 267, e pelo Tropical kobe beef do Rubaiyat, cuja porção sai R$ 229. Na sequência, vem a lagosta ao thermidor, um clássico culinário servido por R$ 202 no restaurante A Bela Sintra. “É claro que o produto é muito bom, mas o custo para ter um restaurante nos Jardins, com garçons bem treinados e impostos em dia é muito alto. Acabamos tendo de repassar isso aos clientes”, afirma Aristides Moreira Cardoso, gerente geral da casa. Ainda assim, a clientela parece não se importar. “Vendemos de cinco a seis unidades da lagosta por dia”, garante.
Mas os valores acima não devem servir de base para afastar quem sonha em experimentar as criações de chef conceituados como Alex Atala e Helena Rizzo, apontada como a melhor chef mulher da atualidade. No restaurante D.O.M – eleito sétimo melhor do mundo –, por exemplo, o menu degustação mais em conta, intitulado “Do Reino Vegetal”, sai R$ 242, com direito a cinco pratos, queijo e sobremesa, mas não leva carne. E com muito menos – R$ 82 – é possível provar o almoço executivo da casa, que traz o clássico arroz com feijão, com salada verde, batata sautée, couve, farofa, banana à milanesa e um grelhado.
No Maní, de Helena Rizzo, a conta pode sair ainda menor, já que o pratos à la carte mais caro sai R$ 79 (atum levemente grelhado com quinua, chutney de amoras, espuma de gengibre e shissô). Valor que não paga nem o prato mais simples do restaurante Fasano, onde o tortelli de vitela ao creme de parmesão e outras seis opções de massa fresca saem R$ 99. Verdadeiras raridades em um cardápio onde quase todos os pratos principais têm três dígitos, culminando no spaghettini ao creme de limão siciliano com flor de caviar Petrossian, de R$ 195.
Em outros restaurantes que figuram na lista dos mais badalados da cidade os valores atingem picos menores e a variação entre os pratos pode ser mínima. Independente do uso de ingredientes importados ou sabidamente mais caros, como caviar, trufa ou foie gras. É o que acontece no restaurante Epice, onde o pé de porco com feijão fradinho, musseline de foie gras, cogumelo cepes e picles de cenoura – o mais em conta no menu – sai apenas R$ 6 a menos que o pescoço de cordeiro cozido por 20 horas a baixa temperatura, com cebola derretida, manteiga de garrafa, berinjela, carne seca e folha de capuchinha. Prato mais dispendioso, de R$ 83.
“Prefiro deixar os preços equilibrados para que um prato não saia muito mais que o outro só por isso”, afirma o chef Alberto Landgraf, que inclui o trabalho de criação e elaboração das receitas na hora de calcular os valores. “O custo da criação é pesado. Passo muito tempo pensando nas receitas, visitando fornecedores e trabalhando finamente os ingredientes. Esse trabalho exclusivo é cada vez mais o verdadeiro luxo”, diz ele, comemorando a vitória da técnica e da alta qualidade em qualquer tipo de alimento sobre o que ele chama de falso senso de luxo. “É como diz Ferran Adrià, melhor comer sardinha fresca a lagosta congelada.”
Veja abaixo o preço dos pratos mais barato e mais caro de alguns dos principais restaurantes de São Paulo.
(*) O menu à la carte só é servido no almoço
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