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Consumidores de luxo mais do que triplicam em 20 anos

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Juliana Bianchi

Relatório da consultoria Bain & Company aponta que 10 milhões de pessoas entram anualmente no segmento que, até 2020 terá de 400 milhões de clientes

Apesar das crises mundiais e das constantes inseguranças dos mercados, não há sinais de que o segmento de luxo vá esmorecer. De acordo com pesquisa recém-divulgada pela consultoria global Bain & Company, o mercado fechou 2013 com 330 milhões de consumidores, número quase três vezes maior do que o apresentado em 1995, quando havia não mais do que 90 milhões de clientes de produtos e marcas de luxo em todo o mundo.

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O estudo, realizado em parceria com a Redburn Partners, maior corretora de ações independente da Europa, e a Millward Brown, agência líder de pesquisas com consumidor, indica que, anualmente, 10 milhões de consumidores entram no mercado de luxo. O que pode significar um grupo 400 milhões de pessoas até 2020 e 500 milhões, em 2030. "A corrida é para capturar uma explosão no crescimento mundial de consumo de luxo", afirma Claudia D'Arpizio, sócia da Bain & Company na Itália e principal autora do relatório.

Atualmente, as compras globais de produtos de luxo movimentam 217 bilhões de euros (R$ 686,5 bilhões). Sendo que o mercado de luxo no Brasil contribui apenas com cerca de 3 bilhões de euros (R$ 9,5 bilhões). Valor 11% maior do que em 2012, mas ainda irrisório dentro do cenário mundial, no qual a América Latina, como um todo, responde por apenas 6% do total de consumidores e 5% do total de receita do segmento. “O principal desafio no Brasil ainda é representado pelas taxas de importação. A produção local, no caso, se torna uma pré-condição para se extrair o valor real desse mercado. Há categorias – como joias, por exemplo – nas quais produtos feitos no Brasil são muito legítimos por conta da tradição do país em pedras preciosas de cores e ouro”, diz Cláudia.

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Do total de consumidores de luxo no mundo, 180 milhões (55%) intercalam compras de produtos realmente de luxo e premium (produtos de beleza, pequenos acessórios e peças de design de segunda linha), e é responsável por cerca de 10% dos gastos globais nesse mercado, com gastos médios de 150 euros per capita, por ano. Já os chamados “verdadeiros consumidores de luxo”, habituados a comprar produtos luxuosos de uso pessoal de várias naturezas, para diversas ocasiões e faixas de preço, representam 45% do mercado. Isto é, são cerca de 150 milhões de pessoas com gasto médio de 1.250 euros por ano, o que compõe cerca de 90% dos gastos globais. Dentro deste grupo, os que mais gastam – 10% (15 milhões) – representam mais da metade do valor total.

Entre os itens mais consumidos globalmente estão os objetos em couro e sapatos, que cresceu 4% em 2013, atingindo 28% do total das receitas. Seguido das joias, relógios, perfumes e cosméticos (+ 2%) e vestuário, que representa um quarto do mercado, mas teve crescimento mais suave, de 1%. Mas muito além dos gastos com bens pessoais, outro estudo da empresa, o “Luxury Goods Worldwide Market Study”, apresentado no fim de 2013, aponta a disposição dos consumidores em investir em carros, vinhos e hotéis de luxo, segmento que registrou aumento de 6% frente a 2012 e, nos próximos cinco anos, pode representar 1 trilhão de euros. Já as vendas online continuam a ter crescimento mais ágil do que o restante do mercado (28%), totalizando valor próximo a 10 bilhões de euros.

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